Com o lema “Denuncie a Violência Doméstica – Para Algumas Famílias, o isolamento está sendo ainda mais difícil”, o Governo Federal lançou na última sexta-feira (15), a Campanha de Conscientização e Enfrentamento à Violência Doméstica, com um alerta especial para o aumento do número de casos durante o período de isolamento social causado pela pandemia da Covid-19. A ação aborda não somente casos contra a mulher, mas também contra idosos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes.
A campanha fortalece alguns programas oferecidos pelo Governo Federal, como os canais de atendimento da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, o Disque 100, o Disque 180 e o aplicativo Direitos Humanos Brasil, que são responsáveis por receber, ouvir e encaminhar denúncias de violações aos direitos humanos. Agora, o Ligue 180 está disponível 24 horas, todos os dias, inclusive finais de semanas e feriados, e pode ser acionado de qualquer lugar do Brasil. Vítimas residentes do exterior também podem utilizar o serviço.
ONU Mulheres reforça a necessidade de campanhas emergenciais para combater o aumento da violência doméstica
O isolamento social, que veio como uma medida para diminuir a velocidade de propagação do novo coronavírus, pode ser uma oportunidade para que maridos abusadores controlem, vigiem e agridam suas esposas com mais facilidade e frequência, aproveitando que elas estão saindo cada vez menos e tendo menos contato com outras pessoas. Visando proteger essas mulheres, a ONU Mulheres tem reforçado a necessidade de os governos adotarem campanhas emergenciais para combater o aumento da violência doméstica nessa fase de confinamento.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), nas duas primeiras semanas de isolamento social, o Disque 180, central de atendimento do governo federal para casos de violência doméstica, registrou aumento de quase 10% no número de ligações e de 18% nas denúncias de violência. Grande parte dos casos, no entanto, continuam não sendo reportados.
A mulher passa a ter mais dificuldade em fazer a denúncia em um cenário cada vez mais estressante, onde pedir ajuda para algum vizinho ou até mesmo fazer uma ligação fora de casa tornou-se mais difícil. Além do receio de sair na rua, contrair o vírus e ficar doente, as mulheres também têm o medo já conhecido de romper o ciclo abusivo no qual estão inseridas com seus companheiros.
Como podemos ajudar?
As pessoas próximas das vítimas da violência doméstica também podem contribuir para sua proteção mantendo o contato com elas, mesmo que virtual, sempre que possível. O que também pode ser feito é aconselhar a mulher a criar algumas estratégias para escapar da agressão.
Caso você seja um vizinho, por exemplo, sugira que a vítima faça um sinal ou use uma palavra para demonstrar que está em risco e a oriente a deixar uma chave reserva da casa em um lugar de fácil acesso, sem o conhecimento do agressor, caso precise sair.
Preste atenção nos sinais – Assista ao vídeo do Instituto Maria da Penha denunciando a violência doméstica durante o isolamento social.
Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações da Agência Brasil)